RETORNAR ÀS NOTÍCIAS - “Está fora de questão”. Lucília Gago vai deixar de ser PGR


01-03-2024 17:08h Vários

Não vai prolongar o único mandato. “É evidente que há múltiplas forças a atacar o Ministério Público”, apontou a procuradora.

 

“De modo algum, está fora de questãoNão. Tenho tempo e condições para me jubilar”.

Foi esta a resposta de Lucília Gago, que assim anunciou que vai deixar de ser Procuradora-Geral da República (PGR).

A PGR afirmou nesta sexta-feira que “é evidente” que existem “múltiplas forças” a atacar o Ministério Público, pediu um debate político ponderado e com “espírito construtivo” sobre reformas na Justiça e excluiu qualquer hipótese de continuar no cargo.

 

Sobre o discurso na sessão de abertura do congresso, na quinta-feira, a PGR reiterou as suas palavras sobre ataques e pressões internas e externas ao Ministério Público (MP).

É uma evidência, é uma evidência que assim tem sido”, disse Lucília Gago, referindo-se a “múltiplas forças”, de “diversas origens, diversas proveniências”.

“O resultado é aquele a que todos assistimos e que dispensa, portanto, comentários. Está tudo no discurso”, acrescentou.

No dia anterior

A procuradora-geral da República afirmara na quinta-feira que, “não obstante as investidas e os ataques”, cabia ao Ministério Público zelar pelo cumprimento da lei e manter-se imune a “quaisquer pressões ou ingerências, diretas ou indiretas”.

 
 

Lucília Gago tinha abordado as críticas dirigidas à Operação Influencer e à operação na Madeira. São palavras que “visam descredibilizar as investigações e quem as dirige”.

“A incomum fertilidade de significantes eventos recentes – geradora de turbilhões de comentários, interrogações e interpelações – confunde alguns, atordoa outros, acentua o ruído e propicia a desesperança”, referiu a PGR logo no início da sua intervenção.

Somos confrontados e fustigados pelo novel questionamento sobre a adequação dos meios empregues e sobre os timings das diligências”, disse a responsável, para acrescentar que se pretendeu culpar a procuradora-geral da República e o Ministério Público como “os principais responsáveis das páginas mais negras da realidade judiciária”.

ZAP // Lusa

01/03/2024