Guerras originam debates sobre a medida, em diversos países da Europa. Em Portugal, há quem concorde, há quem discorde e ainda há quem diga “depende”.
O contexto internacional mudou e volta-se a falar sobre o regresso do serviço militar obrigatório.
Há guerra em Gaza, há guerra na Ucrânia, há a possibilidade de haver expansão dos dos conflitos para outros países – sendo a Ucrânia o caso mais próximo para os europeus.
Por isso, já se discute o regresso do serviço militar obrigatório, como na Alemanha, Croácia, Roménia e Países Baixos. Na República Checa já há proposta.
A Europa tem 16 países com o serviço militar obrigatório – Portugal não é um deles.
O regresso da obrigatoriedade divide a opinião pública, incluindo entre os próprios militares.
A Associação de Praças concorda mas acha que essa não é a prioridade: falta resolver a valorização das carreiras e o aumento dos salários, declarou Paulo Amaral.
A Associação de Oficiais das Forças Armadas não concorda: “As Forças Armadas têm que ter militares profissionais. Isso não é de todo uma hipótese sequer”, reagiu o tenente-coronel António Mota.
Também houve um “depende” nestas reacções recolhidas pela RTP: da Associação Nacional de Sargentos. “De que serviço militar estamos a falar? Daquele no início dos anos 2000, que durava quatro a seis meses – um profundo disparate? Da guerra colonial – nem pensar nisso?”.
“Ou estamos a falar de sim serviço em que os cidadãos, na sua generalidade, percebam que estão a prestar um serviço ao país? Isso poderia fazer sentido”, analisou o sargento-mor António Lima Coelho.
O mesmo António Lima Coelho acrescentou uma análise diferente: “É estranho esta questão ter surgido depois da campanha eleitoral. Há outras formas melhores de pressionar o Governo, seguramente”.
A questão em Portugal foi reforçada nestes dias devido às palavras do almirante Gouveia e Melo, chefe do Estado-Maior da Armada: “O Serviço Militar Obrigatório deve ser mais um processo de desenvolvimento e preparação para a sociedade e não um tempo inútil nas Forças Armadas”, declarou no Diário de Notícias.
Paulo Portas (CDS) concretizou o fim do serviço militar obrigatório em Portugal, em 2004. Agora, 20 anos depois, é outro ministro da Defesa do CDS, Nuno Melo, que se depara com este assunto “quente”.
ZAP //
02/04/024