De acordo com a SIC, outra das hipóteses levantadas é a devolução de parte da indemnização de 500 mil euros recebida por Alexandra Reis. A decisão caberá ao ministro das Finanças, Fernando Medina.
A IGF considera que terão de ser devolvidos à empresa o valor de 443.500 euros, ou seja 90% d indemnização. Ao que o Correio da Manhã apurou, a entidade não indica quem terá de devolver à TAP essa quantia.
Caso a gestora não concorde com a auditoria da IGF e recuse devolver o dinheiro, por se sentir prejudicada, a TAP terá de interpor uma ação em tribunal para o recuperar.
Em dezembro, foi avançado que a então secretária de Estado do Tesouro tinha saído em fevereiro da administração executiva da TAP com uma indemnização, apesar de ter renunciado ao cargo. Meses mais tarde passou a presidente da NAV, empresa responsável pela gestão do tráfego aéreo.
Foi Medina que solicitou o pedido do relatório da IGF. No sábado, foi noticiado que a entidade encontrou “irregularidades” na indemnização. No dia seguinte, o Ministério das Finanças explicou que a ação inspetiva da IGF sobre a indemnização ainda está “em fase de contraditório” e só depois será elaborado um relatório final.
Na terça-feira, durante uma audição regimental da Comissão de Orçamento e Finanças (COF), no parlamento, Medina rejeitou responder às questões colocadas sobre o caso de Alexandra Reis, escudando-se de “tirar conclusões” antes da conclusão do relatório da IGF.
“Antecipar as conclusões da IGF não é sequer a forma institucional de respeitar o trabalho de uma instituição do Estado”, referiu.
A renúncia de Alexandra Reis da TAP terá ocorrido após uma falta de entendimento com a presidente da empresa, Christine Ourmières-Widener. Segundo o Negócios, terá sido esta que tomou a iniciativa de afastar a gestora de funções e conduzido o processo de negociações com Alexandra Reis e com a tutela.
O mesmo jornal avançou que a decisão não passou pela comissão executiva nem pelo conselho de administração, tendo o presidente da empresa, Manuel Beja, sido informado dos termos da saída no dia em que o acordo foi assinado.
A presidente da empresa alegou “divergências profissionais irreconciliáveis” na comissão executiva que punham em cauda o funcionamento daquele órgão, bem como um “desalinhamento com a restante equipa relativamente ao plano de reestruturação”.
Christine Ourmières-Widener apresentou um plano de reorganização de pelouros que retirava funções a Alexandra Reis, justificando a atribuição de funções a outros gestores por falta de experiência e de competências da gestora para a nova estrutura organizativa da equipa de gestão.
ZAP //
01/03/2023